Uma
porta branca e lisa, sem risco sem nada, "um mundo vago", a porta me diz, não estou nos país das
maravilhas onde a maçaneta fala; dessa vez eu escutei as palavras do leve
ranger da porta, ela não está aberta, nem entreaberta, está encostada como
diriam para aqueles que não se julgam loucos.
Meu
medo prevalece, será que posso confiar nessa porta? E se ela estiver me
escondendo um mundo encantado por dentro? Ou pior? Mas só o que ela diz, é o vago que há
nela. Acho que ela me diz alguma coisa, não pelo o conteúdo que há atrás dela,
que ela esconde quando está fechada. Acho que é pela sua aparência, acho que
ela não se sente a vontade consigo mesma, o que posso fazer? Ela não é minha
porta. Como o dono do quarto confia nela? Acho que ele próprio se esconde atrás
do tédio de um branco qualquer.
A
porta ao lado, me chama com mais nitidez, nitidez do que posso saber sobre o
que há dentro. Ela me mostra um pouco do seu mundo através de suas imagens,
artes, desenhos, palavras e o que mais puder. Ela me chama mais ainda,
sinto que nessa posso confiar um pouco mais,
ela não esconde seu mundo, ela deixa de ser uma barreira como a outra que
continua como um forte de guerra.
Certas
pessoas são assim, acham que criando seu próprio forte vão estar protegidas,
mas na verdade estão só se fechando para o mundo.
(Esse texto foi inspirado na porta da sala da minha mãe , como podem ver a foto a cima, espero que tenham gostado)