domingo, 24 de maio de 2015

A cada Aeroporto

Das vindas e idas em aeroporto, já me ocorreu tantas coisas, micos, correrias, risos, vergonha, e muito mais. Acho que aeroporto é local de histórias, aonde terminam e do outro lado começam, porque aonde tem fim, tem inicio. Não falo isso em sinal de gabação, que viajo muito para ir em aeroporto falo isso, com cada
historia que vi e vivi. Quando entramos na sala de embarque já estamos ansiosos para o nosso destino, e com saudade da nossa casa. Ou quando voltamos, com saudades dos momentos vividos na viagem e ansiosos para matar a saudade que deixamos.
Entrando no avião, já não vemos a hora de chegar ao destino e começar mais uma aventura. E as situações que passamos nos aviões? Dar sempre em piada de Stand Up.
Já viajei daqui pra lá, mas não esqueço de cada local que pisei, e cada risada que dei. As vezes as pessoas estão estressadas e nem tem tempo parar pesquisar o local, não as culpo, mas o nervosismo dessas pessoas fica tão grande que consigo sentir as vezes, a indignação de um voo atrasado, de cadeiras ocupadas, celular descarregado, esperas nas filas, malas caindo, perdendo tudo.
Mais eu nunca esqueço de sorrir, as vezes me olham estranho, mas aprendi que o dia fica melhor quando sorrimos, como da vez em que eu estava em correria para achar o portão, e vi uma família  grande, e pensei ser indiana pela características e as formas que estavam vestidas. Os mais novos estavam de cara no celular, o casal conversava com os outros adultos, provavelmente perdidos ou planejando alguma coisa da viagem, e lá no canto, uma senhora, de cadeiras de rodas, entediada e coberta com os panos, sua expressão estava triste. Ela me viu passar, eu a vi, e abrir o meu melhor sorriso, e me surpreendi com o sorriso dela, era maior que a minha fome. Eu passei em correria, mas ela não tirou o olhos de mim e com o sorriso no meio, uma onda de calor veio em mim, eu nunca me sentir tão feliz só pelo simples fato de sorrir e fazer outra pessoa sorrir. Eu amei aquela mulher naquele momento, deu vontade de voltar e conversar e ficar escutando ela sobre sua historia em outra língua.

Aeroportos, sinônimo de campo de aviões. Ou para mim, um novo momento.

(O que escrevi realmente aconteceu, assim como um post recente, onde muitos me perguntaram se realmente o que eu tinha visto era verdade, e é)

domingo, 10 de maio de 2015

Mãe, uma palavra, infinitos significados.


Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, as pontas tocavam na minha nuca e arrepiava quando tocava no meu pescoço. Hoje era dia das mães na escola, a minha tinha mania de chegar atrasada, quase sempre. No começo eu ficava triste pelo fato de todos os meus colegas estarem com suas mães aos seus lados e a minha sempre chegar depois, eu dizia o horário e ela atrasava mesmo assim. OK. Eu já tinha chorado por aquilo uma vez, mas ela me contou depois o porque sempre chegava atrasada:
-Filha, calma, a mamãe estava trabalhando, mas já estou aqui – ela falou.
- Por que você tem que trabalhar? Você devia ser só minha. Eu preciso mais de você do que eles – falei tentando parar de chorar. Lembro daquele dia, eu devia ter nove anos. Ela me olhou com as sobrancelhas quase juntas.
-Filha, e se eu não trabalhasse? Como seria? Como você iria ganhar seu brinquedos? E seu todinho da tarde?  E cinema no domingo? – perguntou ela .
-Mas você disse que dinheiro não é importante, e sim o amor, e você ficaria o dia todo comigo, deixa que o papai trabalha, mas pouco, porque também quero ele só pra mim – finalizei . Ela sorriu e me abraçou depois.
Mas hoje ela sabia que eu ia apresentar um textinho sobre a mães, um discurso que a escola pediu para ler, e me voluntariei . Já estava na hora de eu subir o palco, me olhei no espelho, soltei os cabelos, se minha mãe me visse, veria como ela gosta. Passei a escova e ficou como sempre, como ela gosta. Escutei me chamaram e fui, subi as escadinhas, e fui olhando as mães na plateia com meus amigos ao seus lados, nada da mamãe. Ok. Vamos mãe , apareça, implorei na minha mente. Olhei mas uma vez pra plateia. E lá estava ela, mas linda do que nunca, sempre dava pra entender porque meu pai tinha se apaixonado por ela. Peguei o papel no meu bolso, era o texto que a escola tinha pedido pra eu ler. Olhei para aqueles trechos e de novo para minha mãe, eu precisava falar pra ela, com minhas palavras. Botei de novo o meu papel no bolso.

-Todos os dias, eu acordo e olho para ela, eu quero ser igualzinha a ela, quero imitar até a cor de batom. A pergunta que nunca cala na cabeça, é como ela consegue? Fazer um bilhão de coisas ao mesmo tempo e continuar maravilhosa. Talvez um dia eu entenda. – olhei para as mães sorrindo e seus filhos os abraçando – Dizem que o amor que sentimos por nossas mães,  não chegam nem perto do que o que elas sentem por nós, é inexplicável. Um dia quero entender. Todos os anos, presenteamos de diversas formas, mas acho que nenhum presente é suficiente para agradecer  e explicar nosso amor por elas. Ela é uma mulher da nossa vida, é nossa amiga. Um dia vamos querer sair dessa vida, como agora, queremos ser independentes, ir morar fora , ficar distantes, mas eu sei que a saudade vai ser grande, então todos os dias, temo que dizer que a amamos, nem todos os dias eu digo, e me arrependo, porque não sabemos o dia de amanhã. Mas mãe, eu te amo, e te agradeço por me ter nessa vida, eu não sei quem seria sem você, obrigado por tudo, a todas as mães, as todas rainhas, e heroínas, guerreiras, batalhadoras, todos os melhores adjetivos possível , pode ter briga, mas não dura nem segundos, a mãe é a nossa força, não precisa ter saído de dentro dela, ela só precisa criar e ensinar, e amar claro. Feliz seu dia – finalizei olhando para minha mãe.

Mamãe se levantou e gritou aplaudindo com as outras, e todas gritaram, mas não mais que minha, minha mãe, me chama de bebé na frente de todos, me deixa passar mico, mas não tenho vergonha, tenho orgulho, ela é tão tudo. Ela me abraçou forte e disse:
-Ser mãe, é ter um filho e não desisti dele, ou menos é uma das coisas que somos – sussurrando no meu ouvido. – eu te amo bebé.


Esse texto é homenagem ao trabalho que não tem salario, que a pessoa não para um segundo, não dorme, não come, e só faz isso aos seus filhos. Eu amo a minha. E por favor aproveite a sua. Nos dias de hoje, não parece, mas conheci pessoas que menosprezam sua família, sua mãe, sem respeito algum com quem é aquela pessoa. E quando perdem e se arrependem, não sabem o que foi. Sua mãe merece mais que o mundo.

Feliz dias das Mães rainha!